O mundo virou código, e nóis virou dado Cadastrado, rastreado, manipulado Mas ainda assim Quem vem da base, aprende a se adaptar Sobrevive até offline Acordo com notificação, nem vi o Sol nascer Scroll infinito, alma vazia sem perceber Like virou medalha, feed é o espelho Mas ninguém posta dor, só filtro no espelho Tô tentando me adaptar, mas o tempo atropela A rua já não é a mesma, cê vê na janela Drone no céu, câmera na quebrada Privacidade virou lenda apagada Atualização forçada, versão 2.1 Todo mundo conectado, mas coração sem manhã Caminhando no futuro, tropeçando no presente Cada passo é pressão, mano, o peso é diferente Tanta informação, mas pouco saber Tanta conexão, mas ninguém quer se ver Se é tudo smart, porque nóis tá confuso? Robô entende mais de nóis que os mano do curso Mente saturada, sonho em buffering Trampo é remoto, mas a alma quer fugir O tempo voa tipo story de 15 segundos Mas o trauma da quebrada ecoa por muitos mundos Tela acesa no escuro, luz azul na retina Cê vê o mundo todo, mas se perde na esquina O algoritmo te molda, te mostra o que quer Enquanto esconde quem tu é ou pode ser Os mano tão virando número, views e trends Enquanto a essência se esconde atrás dos fends Cadeia digital, grilhão de wi-fi Vício moderno, prisão sem alçapão, sem ai Mas eu respiro fundo, lembro dos antigo Que venceu a guerra sem precisar inimigo Atualizado sim, mas não programado Porque meu código é alma, e nóis vem do lado errado Tô vendo nego se perder no hype, virar refém Vivendo story de 24h, sem pensar no além Fome de futuro, mas sem mastigar o agora Coração batendo em modo avião, vida de fora Cada clique é escolha, cada app é um vício Criança aprende mais no Reels que no ofício E os mano da quebrada já tão rimando com IA Mas será que ela entende o que é lutar pra respirar? Sistema atualiza, mas não muda a raíz A dor continua, só que em HD, em 10x, em 4G feliz Mas nóis segue na pista, com a mente blindada Se a alma for firmware, a favela é atualizada Realidade virou meta, verdade virou filtro Nóis sonha alto, mas o teto tá sempre restrito Banco digital, mas o bolso continua vazio Números sobem, mas nóis desce no desafio O amanhã chega cedo, o hoje nunca para Cê tenta se encontrar, mas o tempo te dispara A vida é corrida, e quem anda devagar apanha No século 21, quem sente demais, apanha Mas nóis é resistência, tipo raiz no asfalto Mesmo com o sistema bugado, nóis segue alto Porque onde falta Wi-Fi, sobra visão E onde falta futuro, nóis planta com a mão Atualização forçada, versão 2.1 Todo mundo conectado, mas coração sem manhã Caminhando no futuro, tropeçando no presente Cada passo é pressão, mano, o peso é diferente