Na penumbra do meu quarto Vejo sombras dançando devagar A morte me espera, calma e quieta Como uma amiga que nunca me deixará Entre suspiros e o eco do meu passado A morte me sussurra seu chamado Entre os suspiros noturnos que ecoam Seu abraço me aguarda, sereno e sem mágoas Oh, a morte me espera, paciente e serena Seu abraço frio, minha última cena No fim de tudo, no silêncio do além A morte me espera, meu único além Os dias se arrastam como lágrimas E o tempo desfaz o que não se refaz A morte me sussurra segredos antigos Promessas de um repouso que eu não recusarei Nos cantos escuros da alma, ela se insinua Um destino inevitável que a vida perpetua A morte me envolve em seu manto de quietude Rumo ao descanso eterno, sem mais virtude Na estrada da existência, vejo seu fim se revelar Entre sorrisos e lágrimas que não pude segurar A morte me leva suavemente para o além Onde o silêncio me espera, no fim do trem Entre o suspiro final e a última respiração Eu encontro paz na sua inevitável solidão A morte é o abraço que finalmente acalma Em seus braços, eu encontro a serenidade que falta Oh, a morte me espera, paciente e serena Seu abraço frio, minha última cena No fim de tudo, no silêncio do além A morte me espera, meu único além E quando eu fechar os olhos pela última vez Será a aceitação do ciclo que me fez crescer No abraço eterno, no silêncio que acalma A morte me aguarda, como a paz que me acalma