Espero que estas mal traçadas linhas Venham a encontrar-te de boa saúde E que as minhas hesitantes palavras Não possam por nenhum instante fazer que isto mude Como eu pude Esperei de ti tanto tempo alguma notícia Que chegasse através de um amigo Do hospital, da polícia Foi porém no silêncio a que me condenaste Que eu enfim consegui um abrigo Das lembranças dos momentos felizes que vivi contigo Mesmo assim, penso que é meu dever Informar-te que ontem Faleceu nosso gato maltês O enterro será́ neste domingo Cemitério da lapa Entre as 2 e 3 Sem saber se estás vivo ou estás morto Se te vejo outra vez Pulo a linha e assino Porto, 22 de agosto de 2006