Vento no pano Mão sobre o remo sal corroendo o metal Sol desbotando a visão Sopro, canto, grito Urro interminável de ninguém Me esconde, me cobre Leva-me e devolve-me do além Vai, corpo que treme Ai, curvas do leme Nós amarrando os finais Luz encharcando o convés Manso, fundo, frio Rumo aos altíssimos corais Traz meu sonho, mundo Mãe inesgotável dessa paz Quantos olhos te vigiam, e escorres Das mãos que tentam te agarrar Não tens porta nem janela Com que te possam fechar Ó mar, ó mar aberto Navegar, navegar, no mar aberto