Ouvir moda de viola E os versos de um cantador Me coloca noutro mundo Num plano superior Relembro velhas historias Do tempo em que o trovador Com muita simplicidade Revelava seu amor Dizia que o poeta Não precisa ser doutor Minha inspiração vem do alto é presente do senhor A viola e a cantoria Estão sempre de mãos dadas Seu tinido cristalino Torna a festa animada No catira ou no pagode Cateretê ou toada Nos dias de santo reis Ou em noite enluarada No peito do violeiro Imponente e afinada Segura a brincadeira ate altas madrugadas Viola desafinada Deixa o violeiro magoado Assim como uma pofia Me deixa mais inspirado Fazer ponteio e rima Com verso improvisado Embalando a cantoria Num texto sincronizado Faz a alegria do povo Que aplaude entusiasmado E consagra o violeiro como ser abençoado Desde os tempos do império Chegando de Portugal Demarcou seu território Num pais colonial Encantado a quem ouvia Com pureza sem igual Majestosa e conhecida Como obra artesanal E bordando a poesia Com toque celestial Garantiu o seu reinado na terra do carnaval