É homem de tantas tropas Que até o tempo enrrugou Na couraça do arreio E no carnal dos pelegos Ressequidos pelo jeito Dos caminhos que cruzou No palavrear pouca coisa Somente os olhos que falam E perguntam aos descampados Das tropeadas que tropeou Pois nunca tangendo tropa Se soube um boi ficou Que lindo tempo que era Nos povoados das campanhas As moças vinham à janela Pra mirar a comitiva E a flor da estirpe gaúcha De pala a meia costela Com a cavalhada, um capricho, De cola e crina, e casqueada Ponchadas e maneadores E avios pras chuvaradas Que se aguenta como pode Quando o tempo vira em água E os tordilhos manchados Se lembra de cada tropa De São Gabriel a Pelotas Companheiros de cruzada Que não refugavam estrada Do memorial de campeiro É homem de tantas tropas Que até o tempo enrrugou Mas a alma do tropeiro Conserva o carnal inteiro Do memorial de tropeiro Das talhas de um avô