Poucos fazem como eu faço Que estou sempre na beirinha Daqui pra lá não existe mais fundo Daqui pra lá não existe meu mundo Daqui pra lá é o fim É a maluquice Eu ando com mamãe na lua cheia, na noite vazia Uma jovem bicha triste Mendiga um trocado pra comer biscoito Penso um pouco Olhando para o mar, olho pro vazio, olho para mim Olho pro rapaz sentado esperando Olho para o fim Daqui pra lá não existe mais fundo Daqui pra lá não existe meu mundo Daqui pra lá é o fim Vejo calças arriadas no banheiro do rex Há pessoas que não ligam para o que dizem Outras são paranoicas e vigiam o mundo Quer dizer, a vida fica insuportável Mesmo assim ninguém quer morrer, eu acho Um homem aprecia de longe um cachorro de porte soberano Caminho mais um pouco na beirada onde estou Tomo os remédios e continuo Da beirada vejo o céu aberto Passo entre homens inchados e sujos Sentados no jardim Ando até minha casa A música do sábado à noite Me derrete sozinho na cama Daqui pra lá não existe mais fundo Daqui pra lá não existe meu mundo Daqui pra lá é o fim.