De pernas cansadas Sento-me, olho para a estrada Sei que o tempo me vai fazer falta Mas se eu não viver o caminho Nada terei à chegada Na tempestade Eu espero num final de tarde Que a água me leve ou me lave Se eu não viver o caminho Vou ficar preso à saudade Bato a porta e deixo para trás O que tinha certo na palma da mão Rasgo o mapa feito à pressa Por quem vê o mundo sem fazer questão De ver que o caminho perfeito é a imperfeição Volto a casa O palco onde para a viagem Repouso e ganho coragem Ainda há um longo caminho E pressa é o preço da portagem Perdi a conta Das noites coladas ao dia A vida quer ser vadia Perdi-me na noite quente Acordei numa cama fria Bato a porta e deixo para trás O que tinha certo na palma da mão Rasgo o mapa feito à pressa Por quem vê o mundo Sem fazer questão, de ver que o caminho Perfeito é a imperfeição Bato a porta e deixo para trás O que tinha certo na palma da mão Rasgo o mapa feito à pressa Por quem vê o mundo Sem fazer questão, de ver que o caminho Perfeito é a imperfeição O caminho perfeito é feito na estrada da imperfeição