Apagou-se a luz do quarto E a dúvida então, pernoitou no pesadelo de nós dois E a madrugada um tormento inevitável E no meu sono um cheiro de angústia, solidão Correu nas minhas veias ferindo o coração Em pleno sol a chuva fina persistia Em plena luz a escuridão se refletia E nas pessoas qualquer tom de alegria me doía Que triste ironia, que agonia Fim de tarde na cidade E a dúvida então persistiu pelas calçadas, nos meus passos E a lentidão do pensamento despontava Um medo estranho, louco, com mil contradições Correu nas minhas veias ferindo as conclusões Em pleno mar o meu deserto 'inda vingava Em pleno olhar minha cegueira retornava Mas nem lembrança dos momentos mais bonitos me iludia Esse era o dia da folia Passos... são meus passos na entrada do portão Eu quero a solidão neste momento de tensão Amor... te amo, amor! Mas não existe cura prá esse mal que te tortura Teu beijo está tão frio A verdade afoga um rio Apagou-se a luz do quarto E a dúvida então se dispersou pelas paredes, pelo espaço De que adianta essa verdade intrometida Se nos meus sonhos um cheiro de perda, solidão Correu nas minhas veias matando o coração Em pleno sol a chuva fria resistia Em plena luz a escuridão se refletia E nas pessoas qualquer tom de alegria me doía Que triste ironia, que agonia Passos... são meus passos ... Apagou-se a luz do quarto...