Quando acabarem-se as esquilas Pra onde irei, pra onde irei? Talvez changuear para juntar mais alguns pilas Que sempre gasto mais depressa que ganhei Vou assoliar meu poncho velho Fiel parceiro, fiel parceiro O João Maria me avisou de lá do povo Conta comigo pra tropear pra um saladeiro E assim será, porque haverá de ser assim a vida de um peão Changueando a lida vida a fora sem buscar razão Nem me interessa outro moldes se não for assim E viverá Porque viver sendo changueiro é tudo o que aprendeu Sabe que as preces nada valem pra quem é ateu Nem catecismos pra quem não tem fé Quando acabarem-se as esquilas Pra onde irei, pra onde irei? Talvez changuear para juntar mais alguns pilas Que sempre gasto mais depressa que ganhei Vou assoliar meu poncho velho Fiel parceiro, fiel parceiro O João Maria me avisou de lá do povo Conta comigo pra tropear pra um saladeiro Vou madrugar Passar na venda, encher a mala de garupa e sair Galope alegre rumo ao rancho pra fazer sorrir Minha chinoca e os piazitos que esperando estão E vou ficar Dois ou três dias para matar essa saudade enfim Juntar as garras e partir, pois tem que ser assim Meu rancho é o mundo e as estradas se nasci peão Quando acabarem-se as esquilas Pra onde irei, pra onde irei? Talvez changuear para juntar mais alguns pilas Que sempre gasto mais depressa que ganhei Vou assoliar meu poncho velho Fiel parceiro, fiel parceiro O João Maria me avisou de lá do povo Conta comigo pra tropear pra um saladeiro Então irei, mais uma vez, pingo de tiro pelo corredor A repisar meu próprio rastro sempre campeador E auroras novas que iluminam o pago de onde vim E cantarei, meu canto alerta Terra e fogo changueador também Com a certeza que na vida nada nem ninguém Há de domar o potro xucro que escarceia em mim