(Aqui me planto, a cantar no destino de guitarreiro Trazendo um canto fronteiro com marcas de laço e casco Nas rimas, cheiro de pasto, de mangueira e de galpão Suor que fica em chergão, estendido as varas do brete Da graxa que se derrete pelas trempes fogoneiras Nas manhãs desta fronteira, onde o ritual se repete) Começo então meu relato, sobre o pago e a gauchada Léguas de campo buenaço, indiada força no braço e é crioula a cavalhada Canto sem muito floreio esta terra pacholenta Onde se mete o cavalo e qualquer que for o embalo A todo o tirão se aguenta Canto pra aqueles que entendem este linguajar campeiro Que foi parido na pampa e carrega a chucra estampa no cantar deste fronteiro Tiros de laço em rodeio, apartes paleteadas Pechando o touro no meio E lidando com a eguada Fim de semana em bolicho se encontra bochincho grosso Hay canha, jogo de truco, carreira cancha de osso E quem nasceu nesta terra, se destaca entre os outros Se criou numa mangueira Lidando e domando potros Disse Martim, meu patrício, encerrando sua história Suspeitem que lhes dou pau saibam que esquecer o mau também é se ter memória Vou terminando meus versos, pois me agrada bem assim Relatei sobre a fronteira, querência de Dom Martim E vou fechando a porteira Que a chamarra chega ao fim