Um assobio de milonga Uma guitarra ponteada Sonoridades do campo De encantar madrugada Ecoa o galpão tranqüilo E o assobio chama o cusco Levanta a orelha e parece Achar a nota que busco Uma marca bem antiga Que há tempos não escutava Surge na ponta dos dedos Onde será que ela tava? Decerto veio de longe Da alma ou bem mais além Do fundo do sentimento Daqueles que ainda o têm (Silêncios eu já não quero E se preciso for, eu invento Hoje um assobio fez milonga Enquanto eu tirava um tento A mão de cordas e couros -Quando precisa, se agarra- Rude trançando uma rédea Mansa ponteando a guitarra) Sossego, um cusco e um bom mate... O meu galpão é assim De vez em quando a guitarra Canta saudades pra mim Fazendo a alma encontrar-se Com os que mateavam aqui Dispersa encontra os amigos Que o tempo diz que perdi E a madrugada se estende Querendo já não sair Esqueço o mundo do campo E toco pra alguém ouvir... Sentido das minhas mãos -Sonoridade e feitio- Destino da minha alma Lembrar de alguém que partiu... (Silêncios eu já não quero E se preciso for, eu invento Hoje um assobio fez milonga Enquanto eu tirava um tento A mão de cordas e couros -Quando precisa, se agarra- Rude trançando uma rédea Mansa ponteando a guitarra)