O tempo insiste, me cobra seu preço Das coisas que, ontem, a vida me deu Não sabe que a vida se mostra a seu modo Do jeito mais simples que a alma aprendeu Me bastam silêncios, me apego à distâncias Cavalo de tiro e estrelas de esporas Um claro horizonte com rumo de estrada E vistas que alargam meus olhos de agora Meu tempo é de hoje e, pra sempre, me leva No tranco do Baio de cada manhã Pois domo meus potros com mãos de paciência E amanso a querência prevendo o amanhã Lembrança de um tempo que adoça a alma E amarga a saudade, teimando em marcar O hoje tem jeito de adeus e passado Que cruza depressa, sem desencilhar Componho meus dias por esta existência Antiga e tão minha que, ao tempo, remoçam Meus olhos de estrada campeiam o amanhã Tentando ser ontem, embora, não possam Meu pingo é de hoje e pra sempre me leva Na calma dos bastos, no tranco que tem Encilho meus Baios com jeito e tenência E cuido a querência pra os dias que vêm