Talvez, as palavras não bastem E os olhos não vejam o que existe além Quando os versos florescem discretos As paixões do poeta florescem também Talvez, seja o cheiro de mato Essa réstia de vida que me leva a lutar Nesta terra onde encontro pureza Vou largando as tristezas que somei neste andar Nesta terra onde encontro pureza Vou largando as tristezas que somei neste andar O que seria do poeta Se não existisse a beleza de cada lugar Se a Lua sumisse da noite E o vento, em açoite, gemesse ao soprar? O que seria do poeta Se não existisse a beleza de cada lugar Se a Lua sumisse da noite E o vento, em açoite, gemesse ao soprar? Mas, enquanto existir uma estrela Algum rio que vagueia, uma garça no céu Sempre verde será a esperança E por essas distância' o poeta terá seu papel Pois um verso é um pequeno resumo A essência, o sumo, do que há em cada ser E o poeta é quem busca esses rumos Nesta parte do mundo em que insiste em viver O que seria da vida Se, um dia, o poeta, sem luz, resolvesse calar Sem a sanga pra matar a sede Sem a flor, sem o verde, sem razões pra cantar? O que seria da vida Se, um dia, o poeta, sem luz, resolvesse calar Sem a sanga pra matar a sede Sem a flor, sem o verde, sem razões pra cantar? O que seria da vida? O que seria da vida? O que seria da vida sem razões pra cantar?