Você chegou como quem traz primavera Coloriu meu peito, me fez crer que era sincera Prometeu jardins onde só tinha espinho E eu, cego de encanto, fui sem medo do caminho Reguei teus silêncios com a minha fé Dei tudo o que tinha, e você levou até A última pétala que me restava em flor E no fim, só sobrou o gosto amargo do teu amor Você chegou feito primavera, coloriu meu mundo inteiro Prometeu jardim eterno, mas só plantou o passageiro Beijei teus espinhos achando que era flor Sorri nas dores achando que era amor E quando vi, eu tava seca Sem cor, sem luz, sem alma Era pra ser vida, mas virou tempestade Amor que encanta, mas leva a sanidade Me deixou em ruínas, me fez desacreditar Do que era belo, do que era amar E me reguei com tuas promessas, cresci na ilusão da tua fala Mas tudo que floresceu em mim, você arrancou com a tua navalha Você foi uma flor morta num vaso de ilusão Chegou feito perfume e virou podridão Fez morada em mim, depois me arrancou Como erva daninha que o vento soprou Foi beleza que fere, doçura que engana Amor que começa e termina em drama Você foi a rosa que sangrou minha mão Flor morta, raiz da minha solidão Eu fui tua flor morta, murcha em teu peito Linda de longe, doente por dentro Você me colheu só pra ver o defeito Me amou só no início, depois foi veneno O seu toque parecia cura, era veneno Me envolveu em abraços que pareciam amenos Mas a cada beijo, uma parte de mim caía E no espelho, eu já nem sabia quem eu seria Desfolhei meus medos, tirei a proteção E você pisou neles sem nenhuma compaixão E agora eu ando em campos que não florescem Porque tudo que toca, suas mentiras envelhecem Era Sol demais pra pouca sombra, era sede demais pra pouca fonte Você regava outras almas, enquanto a minha morria no horizonte Teus abraços viraram armadilhas, tua voz, silêncio que grita E eu ali, querendo ser terra, mas você só via ruína Era pra ser leve, mas virou prisão Amor que sufoca, corrói o coração Me deixou em pedaços, sem nem olhar pra trás E ainda assim, te chamo em sonhos que não voltam mais Você foi uma flor morta num vaso de ilusão Chegou feito perfume e virou podridão Fez morada em mim, depois me arrancou Como erva daninha que o vento soprou Foi beleza que fere, doçura que engana Amor que começa e termina em drama Você foi a rosa que sangrou minha mão Flor morta, raiz da minha solidão Eu fui tua flor morta, murcha em teu peito Linda de longe, doente por dentro Você me colheu só pra ver o defeito Me amou só no início, depois foi veneno E mesmo morta, ainda sinto teu cheiro Mesmo ferida, ainda escuto teu sussurro traiçoeiro Você não ficou, mas deixou em mim A dor mais bonita que eu já vi ter fim Agora sou pétala no chão Testemunha do que não floresceu, e ainda assim carrego no coração O amor que você nunca mereceu Você foi uma flor morta num vaso de ilusão Chegou feito perfume e virou podridão Fez morada em mim, depois me arrancou Como erva daninha que o vento soprou Foi beleza que fere, doçura que engana Amor que começa e termina em drama Você foi a rosa que sangrou minha mão Flor morta, raiz da minha solidão Eu fui tua flor morta, murcha em teu peito Linda de longe, doente por dentro Você me colheu só pra ver o defeito Me amou só no início, depois foi veneno Você foi uma flor morta num jardim em ruínas Beleza que dói, mentira que fascina Fui teu vaso quebrado, teu chão pisado Teu amor, meu fado mais amargurado Flor morta, flor sem perdão Nasceu no peito e virou maldição