A mesa tá posta, mas o amor não veio Só restaram os talheres e um vazio no meio Você senta, finge calma, mas nos seus olhos, guerra na alma Silêncios mastigam tudo o que restou Nosso banquete virou o fim que se tocou Não tem mais gosto, nem cor, nem sal Só lembranças servidas no final A mesa posta, luz de vela, teu olhar é promessa e condenação O vinho na taça parece sangue e o pão carrega nossa traição O silêncio corta mais que faca, Enquanto teu toque me despedaça É um banquete de despedida, onde o amor já perdeu a vida Brindamos com taças cheias de adeus Comemos palavras que ninguém mais leu Nos pratos, promessas não cumpridas Na sobremesa, nossas feridas Brindamos com taças cheias de dor E tragamos juntos o desamor Nos pratos, o que a gente não virou Na toalha, o pranto que manchou Essa é a nossa última ceia O último ato da nossa tragédia Te sirvo o que sobrou de mim E engulo o fim sem anestesia A cada garfada, um suspiro preso A cada olhar, um pedaço de desprezo Não vai ter volta, nem sobremesa Só o gosto amargo da tua ausência Essa é nossa última ceia Entre suspiros e veneno Te dei meu corpo, minha alma E você me deu o veneno Essa é nossa última ceia Entre o amor e o abandono Tua boca foi promessa E o beijo, meu abandono Eu gritei em silêncio por dentro, enquanto sorria no seu fingimento Você cortava carne como se cortasse, o fio da gente sem disfarce As velas ardem como meu peito, luz suave pra um fim tão desfeito O vinho tinto parece sangue, e a sua boca mente como antes O ouro da sala brilha falso, as paredes ecoam nossas mentiras A cada gole, mais me afasto, mas ainda bebo, ainda insisto na ferida Você ergue a taça como brinde, eu seguro firme, como rendição Porque sei que é meu fim, mas ainda é tua mão que segura a minha mão Brindamos com taças cheias de adeus Comemos palavras que ninguém mais leu Nos pratos, promessas não cumpridas Na sobremesa, nossas feridas Brindamos com taças cheias de dor E tragamos juntos o desamor Nos pratos, o que a gente não virou Na toalha, o pranto que manchou Essa é a nossa última ceia O fim escrito na bandeja Te entrego o que restou de mim E você parte como quem deseja A cada garfada, um adeus sem voz A cada gesto, um luto entre nós Não vai ter chance, nem surpresa Só o gosto final da tua frieza Essa é nossa última ceia Entre suspiros e veneno Te dei meu corpo, minha alma E você me deu o veneno Essa é nossa última ceia Entre o amor e o abandono Tua boca foi promessa E o beijo, meu abandono Não fizemos oração, nem despedida Só mastigamos mais uma mentira E quando o prato ficou vazio Você sumiu, e eu também fugi de mim Eu aceitei a dor como herança E o pecado como oração Mas agora o altar está vazio E restou só a escuridão Que o vinho leve minha culpa Que o pão leve minha dor E que ao partir dessa mesa Eu não leve mais teu sabor Essa é a nossa última ceia O último ato da nossa tragédia Te sirvo o que sobrou de mim E engulo o fim sem anestesia A cada garfada, um suspiro preso A cada olhar, um pedaço de desprezo Não vai ter volta, nem sobremesa Só o gosto amargo da tua ausência Essa é a nossa última ceia O fim escrito na bandeja Te entrego o que restou de mim E você parte como quem deseja A cada garfada, um adeus sem voz A cada gesto, um luto entre nós Não vai ter chance, nem surpresa Só o gosto final da tua frieza Foi a nossa última ceia Num jantar sem plateia Um brinde ao que já não se sustenta E um adeus que o silêncio alimenta A conta chega sem perdão E eu pago com o resto do coração Última ceia, fim da novela Você de pé, eu na janela Essa é nossa última ceia Entre suspiros e veneno Te dei meu corpo, minha alma E você me deu o veneno Essa é nossa última ceia Entre o amor e o abandono Tua boca foi promessa E o beijo, meu abandono