Da velha ausência se fez outro castelo Sem cor, palco vazio Me apequenando na tua caixa O uniforme não comportou meu transbordar Permeia a dúvida Me questionei do concreto na fissura de me moldar Atravesso o tempo, corto o vento Buscando morada Jeito foi melhor que força No sorriso um falso alarme Procurei tanto um encaixe Que até perdi o paladar Vi as cartas sobre a mesa Não entendi quase nada Mas a intuição ampara Até a hora chegar Morada Me acolhe sem retorno ou prazo pra me deixar Ei, morada Me aquece outra vez deixa o teu cheiro reverberar em mim E te sinto enfim E amanso assim Minha lucidez corre pra me salvar de mim Desperto e penso Se já não é bem tarde pra me libertar Daquela imagem que eu criei pra acreditar Que o teu peito seria casa, há! Sabotando os meus planos Fechando todas as portas À procura de respostas Que eu sei, ninguém vai me dar E na fonte dos desejos Sem manipular memórias Decidi mudar a história E fiz de mim o meu lar Morada Me estranho mas não deixo a culpa atravessar Morada E agora é canção tudo aquilo que eu sempre guardei em mim E me sinto enfim Vou cantando assim Recriei aqueles planos Perdoei tantos enganos Deixei Eu deixei a maré levar Deixa Deixa Deixa Maré Deixa a maré Deixa