Vou contar para vocês a história de um cara Que era temido por onde passava Usava um chapéu preto com grande aba Montava um cavalo raça manga-larga À sua cintura sempre duas armas Canos muito longos, longe se avistava Sujeito cruel e de poucas palavras Que só resolvia os problemas na bala Bebia de manhã tequila de graça Era o que o fazia empunhar suas armas Usando essa tática ele deu cabo De mais de 200, todos bons muchachos Não havia por lá alguém que o encarasse É duelar com a morte, dizia um padre Suas mãos eram rápidas como as de um mágico E a mira perfeita dava o resultado Embora tentassem ninguém conseguia Explicar o porquê daquela tirania Vindo de família de gente honesta Optou pelo oposto, uma vida incerta Maltratava a todos, mulheres e velhos Ofendia até quem o achava certo Extrema ignorância e sem senso de humor Uma simples brincadeira, era mais um morto A cidade então um dia se rebelou Puseram em sua bebida veneno de rato Ao tomar a bebida começou infartar Olhou para os lados, tavam todos lá Sabia que tinha sido planejado Que era um complô que haviam armado Tentou se erguer, estava muito fraco Veneno danado e como age rápido Mas disse bem alto para que ouvissem “No voy morir sin me divertir” Que não morreria sem se divertir Foi quando então levantou-se depressa Todos se assustaram, saíram às pressas E como dito, pegou suas armas Pôs-se a disparar suas balas de prata Tinha gente gritando, pulando janela Tinha gente pedido, vê se me erra Poupando a vida de um mariachi Ordenou que o nobre ali mesmo ficasse Que fosse sinistro o seu solo a tocar Pra que mesmo a Morte prostrasse a chorar Tão fúnebre fora a canção prometida Que El Matador viu passar sua vida Gargalhava tanto por todos seus feitos Que de tanto orgulho esmurrava os peitos Se entregou enfim aquela situação Viu que resistir não era solução Com um leve sorriso e sangue no olhar Fez um último gesto pra desencarnar Sua última bala não foi projetada A vida do carrasco estava findada Morreu feliz, pois matou mais uns seis Teve sua vingança antes de falecer O povo agora então vive tranquilo Não se ouviu por lá nunca mais um só tiro Seu corpo enterrado a 100 palmos está Num caixão bem lacrado pro mal não voltar Ainda há quem diga que a alma do tal Anda a rondar a noite a cidade Natal Porém o importante é que agora estão livres Daquele que um dia, quis impor sua justiça