São apenas palavras Beijo à flor ao fim de tarde Busco o sumo, o doce, o fruto Dois mil e poucos, lembro Mundo pequeno no mp3 Pela orla do desterro antigo Na Mercedes de quarenta lugares Nas ondas do destino Meu primeiro beck, meus primeiros livros Meu primeiro amor, meus primeiros vícios Versos que não mostrei a ninguém Batalhas que colecionei De free pelas ruas vazias, eu fui e voltei Existir além de só se manter, ser alguém Que além de ser, deixa um pedaço, uma semente Poucas coisas são melhores Do que ter alguém contigo Por isso vos entreguei minhas rimas, meus delírios Era um menino Era um menino Era um menino Era um menino Dor e delírio Dor e delícia De ser quem és De ser quem és Era um menino Era um menino Era um menino Era um menino Dor e delícia Dor e delírio De ser quem és Manter-se vivo Beijo à flor logo cedo antes de sair Percebo que nessa orla Alguns castelos se tornam ruínas Rimar é mais que ser cupido pras sílabas E fazer do coração, tripas Quando o som se torna maior do que a vida Se permitir, arejar, deixar fluir Encher o jarro, polinizar o pomar Da minha visão, minha interpretação é abissal Na direção contrária, dou um tempo aqueço o pulmão Meu som não me deu uma casa ainda Mas me deu a vida Perto da berlinda, a gente ginga pra não cair A esquiva me leva à uma posição Não dá pra desistir (nunca) Enquanto não tenho a casa Faço das bases a morada Das linhas, quintal de árvores Das sombras, alimentar-me irei Depois que sobreviver quero viver (dor e delírio) E depois de viver, quero existir Como nos dias em que eu era um guri Trago de volta ao tempo em que Era um menino Era um menino Era um menino Era um menino Dor e delírio Dor e delícia De ser quem és De ser quem és Era um menino Era um menino Era um menino Era um menino Dor e delícia Dor e delírio De ser quem és Manter-se vivo