Há um grito que anda escondido Um óbvio perdido numa contramão Um silêncio velado, um livro fechado Um escuro na escuridão Não somente esse medo entranhado Um sufoco mesclado com tanta irrazão Não tem perdão Tem um tempo que o meu sentimento te mira E me mata com tanto rancor Que eu me afogo num misto de ódio Por causa daquilo que você levou Que a história guarde na memória O sangue latino que tem na tua mão Não tem perdão Já não há mais um raio de Sol Não tem peixe ou anzol pra pescar, ou comer Tem mentira, tortura, tem ira com essa beleza que só você vê E tem órfão da terra adorada Que essa pátria amada já abandonou Você matou Mais um golpe de estado Que já tá desenhado, explanado e pintado Não vê quem não quer Mas, meu bem, não se engane Que o meu groove é do mangue E é da lama, é do sangue que vem minha fé Por onde anda o Sol da liberdade? Tua crueldade afastou qualquer beleza O braço forte que conquista e que orgulha Mata pobre e ainda suga da gigante natureza Entre outras mil, és tu Brasil, terra adorada Tua bandeira tá manchada por fascismo e opressão Não tem perdão Mais um golpe de estado Que já tá desenhado, explanado e pintado Não vê quem não quer Mas, meu bem, não se engane Que o meu groove é do mangue E é da lama, é do sangue que vem minha fé