Eu me criei na campanha E nestes versos eu relato Domando égua e tambero Tudo que eu conto é de fato Num ranchinho de torrão Saltei da bera do mato Sou xucro aqui do interior E com cidade não me adato Lá só vejo gente e carro Descendo rua e calçada Ronco de moto e carreta E aquilo é uma zuada Quando eu vou lá no povo Por Deus não presto pra nada Por que eu só me sinto bem É no lombo de uma aporreada Aqui na minha fazenda Pra matear eu levanto cedo A chinoca esquenta a água La no galpão no brazedo Mateando e sentindo o cheiro Das mata e do alvoredo Sentado no oitão do rancho Apreciando o bicharedo Um toro costeando a cerca Berrando nos corredor E um pingo atado na estaca Se assusta do maneador Ronca um porco no chiqueiro Relincha um reprodutor É assim que eu vivo feliz Morando no interior