Querendo só que não posso, porém, só que não queira Mas não é assim quando o assunto é pobreza, sou filho e neto de pobre E bisneto de pelado não preciso documento tá na estampa esse atestado Então vivo me mudando na espera de melhorar Acho que carrega as traia e a maleza vai ficar Mas é a primeira que embarca sem ninguém lhe convidar É minha fiel companheira que jamais a vai me deixar Eu me mudei pra são Tiago na espera de melhoria fui eu e a minha mulher E um cusco na carroceria, levei um porquinho guacho que era a fortuna Que eu tinha e uns trocados no bolso pra o frete e a estadia Quando cheguei em são Tiago ficou pior a situação o porco tinha escapado Quebrou as pernas do fogão e os móveis de compensado tudo acocado no chão E o cusco tava enforcado na guarda do caminhão A mulher foi cozinha e triste ela me diz o porco que tu carnio Não tem mais nem os perniz o camioneiro apreçado pra ajudar descarregar O que não tinha quebrado ele terminou de quebra cheguei Olha pruma forquilha dum gaio de Camboatá Mas a esperança do pobre nunca pode terminar