Há alguns anos eu podia acreditar num caminho que era exato Pra eu conseguir me moldar nesse lugar, que é puro abstrato Num lapso muito inteligente, inconsciente, paradoxo existencial Meus véus se derramaram ao chão, costurando minha nova canção De vida De vida Às vezes pra uma coisa existir, outra vai ter que deixar de seguir São duas portas, três janelas que se abrem, pra outra casa inteiramente ruir Tem muito amor e muita dor no mesmo canto, numa gaveta cheia de sorriso e pranto E com o passar dos anos vai surgindo espaço, mas apertada eu vou sendo pelo lapso De vida De vida De vida De vida É um abstrato que tem cor, forma, som, movimento Trajeto, ida e vinda, mas que não tem explicação É de infinita, variada, única interpretação E assim, sigo caminhando Tentando transpassar isso que aqui dentro: Ar A dor bonita e sofrida que é, acessar sem programar Tudo que de bom e ruim em mim, por ora, pareça estar