Subir a escada, abrir a porta, ver-te sorrir Dizer-te olá, beijar-te e alguém correr Saltar pra mim, abrir os olhos, ver sorrir Dizer olá papá e depois viver E a cidade fica esquecida, fica lá fora Vestida de suor, de fumo e de cor Quando tu perguntas Então que tal correu o dia Eu digo-te que é bom não estar só em casa Tenho um mundo que guardo nos teus olhos O sonho em cada beijo que te dou Fumega à solta a mesa posta Estamos em casa e o nosso amor É como o pão para o jantar E o nosso filho pede-me histórias que eu sei de cor É pena não saber mais histórias de amor Era uma vez uma seara com muito sol E as casas eram jardins sobre o mar E o nosso filho dorme, os dedos sobre o lençol No quarto uma janela com vidros de luar E eu fico quieto a guardar-lhe o sonho E tu sabes a mesa que está por levantar E a noite chega e o disco gasto roda no prato E há sempre um cigarro fumado a dois E uma trompete queimando a noite sabe de nós Que estando sós, jamais estamos sós Depois o quarto, depois o fogo, depois o abraço O sono feito de calo e cansaço E amanhece o dia e a cidade acorda E é mais um dia-a-dia que eu jogo Quando fecho a porta e saio de casa E quando tu me dizes até logo Depois o quarto, depois o fogo, depois o abraço O sono feito de calo e cansaço E amanhece o dia e a cidade acorda E é mais um dia-a-dia que eu jogo Quando fecho a porta e saio de casa E quando tu me dizes até logo