Veja o céu já clareou Sob as bênçãos de Tupã O sopro do criador Da Terra molhada brotou a semente O fruto da vida seguindo a corrente Sabedoria divina que eu vou cultivar, semear Caem guerreiros e arcos E do mar dos aflitos é santificado o sangue retinto Dor que ecoa do campo aos quilombos perdidos Se o verde da floresta Esvair na imensidão, de grão em grão Você chama de progresso mas no fundo é só ganância Olha o sangue em suas mãos Tomo o café e pego a viola O dia renasce o orvalho chora Sol no horizonte o galo canta E na capelinha o sino toca Suar no plantio, sorrir no futuro Pedir a Deus, que nada há de faltar Vem dividir esse chão, alimentar o mundo É tempo de preservar Erguer a enxada o meu estandarte Fazer do meu canto a voz da verdade Pois não a vida sem terra, e sem dignidade Toque do agogô, tem festa no terreiro Mostra o valor desse povo guerreiro Tatuapé, fruto da semente Eu sou a luta dessa gente Lavourar, lavourar eu vou Nessa terra que Deus criou Lavourar, lavourar eu vou Nessa terra que Deus criou