Plantei sonhos por aqui Andejei, não me perdi Vim no rastro da saudade Por sinuelo, estas choronas Feiticeiras dos caminhos Abrindo rastros no vento O aço das nazarenas Foi meu rumo pelo tempo Parti levando de tiro Esperanças galponeadas Além de um mouro prateado Que apartei nas campereadas Meu tostado tinha ganas De estender a estrada Sabia que pra um andejo É o horizonte e mais nada Colhi ventos gelados Nos cardos do bichará E o mormaço veraneiro No pano branco do pala E vi a noite mais bela Quando guardei um olhar Olhar que, em pratas de lua Vem me pôr a guitarrear Hoje um sol de ressolana Me descobre, pensativo Armo um verso orelhano Com ressábios de povoeiro Redescubro os argumentos Desta paixão morena Que tem a forma querência E o coração do meu pago Outros sóis virão depois O que queima no janeiro Outro que é outoneiro O que apaga na inverneira E as luas velhas, inteiras As meias-luas, no mais Me encontrarão desquinando Outros versos neste lugar Colhi ventos gelados Nos cardos do bichará E o mormaço veraneiro No pano branco do pala E vi a noite mais bela Quando guardei um olhar Olhar que, em pratas de lua Vem me pôr a guitarrear