Me procurando cruzei ao trote, depois ao tranco, Não quis galope,que este meu mouro é pensativo igual ao dono Me procurando achei teus olhos Pelos caminhos de flor e encanto E a sede grande dos acalantos Me fez pousar sob o teu manto Me procurando,me procurando Fui Sacramento, depois Rio Grande E pela idade do couro zaino Fui farroupilha e castelhano Brotando em versos de "Don Caetano" Me procurando (sempre),me procurando É num pialo de armada grande É bem ali que me agiganto E encontro a raça dos meus avós Pisando firme no céu dos campos. Na infância bugra do andar pampeano, Um gurizito varre o galpão Levanta poeira e a mesma poeira Encontra o rasto dos meus "garrão". Me procurando (sempre), me procurando No olhar do índio revi meu povo Nos arremates do alambrador Na esquila antiga feita a martelo Na polvadeira de um redomão Nos olhos tristes de algum poeta Que canta coisas do coração Que viu o tempo, matando o tempo Num rancho tosco,quincha e torrão Me procurando de um lado a outro Neste Rio Grande guacho de mão Jeito de vento quando amanhece, De alma branca de cerração Me procurando (sempre), me procurando Me encontrei simples, de alma rincão