Quando os meus olhos se encantam E mau dormidos te veêm nas tuas sombras descansam Ao florescerem os ipês Pois querem ver teu sorriso De lua clara nas mãos Já sabem do que eu preciso Pra acalmar o coração Meus olhos sabem do vento Que há no lombo da estrada Percebem coisas lá dentro Da tua alma calada E vez por outra uma cisma Se esvai de mim por desgosto Percorrem o céu n'outro prisma Pra se encotrar no teu rosto Depois que eu ouço o silêncio Que vem povoando distâncias Emponcho o meu lado esquerdo Quando a saudade se amansa Então sesteio meu sono Velado de bem querer Meus olhos claros tem dono E não querem te esquecer Hà tempos ando e não creio Em ser mais razão que espera Não penso ser o primeiro Mas teimo em ser tua tapera Quero deitar meus segredos Com olhos dentro da noite Contar com sim quando o medo Escurecer o horizonte Meus olhos quietos prozeiam Sem assombrar madrugadas Às vezes loucos vagueiam Quebrando o véu das canhadas Mas quando sentem saudade Não sabem mais viver sós Só creem nas suas verdades Contando o tempo pra nós Depois que eu ouço o silêncio Que vem povoando distâncias Emponcho o meu lado esquerdo Quando a saudade se amansa Então sesteio meu sono Velado de bem querer Meus olhos claros tem dono E não querem te esquecer