Perdi teu rumo, que o breu do campo me cega Por tantas noites no negror da lua nova E o meu bagual, no escuro da quinta sova Ainda se assusta do grilinho da macega Há um véu de terra de um touro abrindo cova E a lua nova neste poncho me carrega Na chama fria de um candeeiro de pavio Ou fogo mixe de alguma lenha molhada Acende o céu com meia argola quebrada Uma crescente que o meu redomão já viu Sigo pro poente, rumo à metade extraviada Lua crescente, engarupada me seguiu E logo veio a roseta grande de prata Clareando a noite como quem procura o par Na lua cheia vi o caminho de voltar Pra te dizer da minha ausência em serenata Batendo casco a quarta lua me alcança Aponta o vulto da tua morada distante A que faltava desenhou-se de minguante Botou no céu outra metade da aliança De potro manso, de luar e corredor Atei a rédea preso na mirada tua E neste olhar se acendeu a quinta lua Por sete noites chamei-a lua de amor