Uma tropa de peso, no potreiro se alvoroça Na poça d'água esconde a marca dos cascos O tropeiro encilha, pra ganhar as distâncias Em seu trono de arreio, já antigo e gasto Léguas de campo até chegar ao destino Contraponteando simples sonhos pequenos Rugas no rosto, tantas chuvas no lombo Vários invernos, parceriando serenos O tempo indelével cobra dele o preço Não perdoa, nem concessões ele faz O pealo da morte, um dia virá certeiro Trazendo ao tropeiro, talvez sua paz Por isso é que canto o valor desse homem Que consome a vida, levando o gado alheio Enquanto a amada o espera no rancho Repleto de sonhos que partiram-se ao meio A saudade acaba, nos olhos claros da linda Ao ver um semblante cansado de lonjuras Um quero-quero sentinela, anuncia a chegada E nos braços da amada, o peão refaz sua figura A volta foi longa, porém bem mais ligeira Na ânsia tropeira de matar saudades da dona E marcada na estrada pelas patas do baio Num final de maio, quando o junho se entona