O povo fala demais Contando da vida alheia O sangue ferve na veia Assuntando por notícia Pra cochichar do estranho Conversa miúda nos rancho Igual prosa de carancho Porque vale uma carniça Que lindo é um gauchão No ouvido de uma mimosa Dessas toda melindrosa Negando estribo por balda Igual carancho pesteado Sonando de azagacha Avolumando a bombacha Onde a paixão desenfralda Mas que tal a sogra véia Falando deste moreno Tagarelando o veneno Contra minhas preferência Só porque eu bebo uns vinho Danço por divertimento Emprestando meu talento Pras querida da querência Também não falta carancho Nesses bailes de povoado Nem na volta de um carteado Com zóio de calavera Nem um peão por picardia Que bota fora uma doma Embaralha o idioma Que nem carancho em tronqueira E sempre estará na prosa A decisão de um combate Que no calor de um mate A razão tem seu sustento Por isso que um carancho Mesmo num choro infame Faz pouso sobre um arame Pra contar do seus lamentos Mas que tal a sogra véia Falando deste moreno Tagarelando o veneno Contra minhas preferência Só porque eu bebo uns vinho Danço por divertimento Emprestando meu talento Pras querida da querência