Aqui me tens autêntico e perdido No abismo onde caí desamparado Em busca da razão ou de um sentido Sem esperança de te ver do outro lado Aqui me tens no cais de uma vertigem No barco onde a vontade me abandona Ao leme das promessas que me exigem A fé de naufragar para vir à tona Aqui no embaraço da corrente Mais forte do que sou e não pareço Mais livre do juízo de outra gente Mais certo das batalhas que mereço Inteiro para chorar e resistir Às balas de um futuro que inventei Disposto a não morrer sem me cumprir Aqui me tens para tudo o que sonhei