A Janela Que Não Abre

Marcos Giovane

Composición de: Marcos Giovane
Tem uma voz gritando atrás da parede
Diz que sou eu
Mas não me reconhece
As horas quebram como espelhos no chão
E eu coleciono cacos na palma da mão

O tempo parou na fresta da dor
E a luz não entra mais por onde passou
A janela insiste em nunca abrir
Como se o mundo lá fora quisesse fugir

A janela que não abre me olha também
Com olhos vazios, me trata tão bem
Me diz que é melhor não sair desse chão
Que aqui dentro é mais seguro que a ilusão

Grito, mas só o eco quer me ouvir
Falo comigo pra não sumir
Me abraço com medo de evaporar
Sou só uma sombra tentando respirar

Desenho sorrisos no teto mofado
Finjo que estou sendo observado
Mas quando piscam as luzes do corredor
Vejo vultos dançando com minha dor

Eles dizem verdades que nunca pedi
Assinam cartas que eu nunca escrevi
E eu apenas assisto, calado, a cair
Na minha própria ausência, sem resistir

A janela que não abre me olha também
Com olhos vazios, me trata tão bem
Me diz que é melhor não sair desse chão
Que aqui dentro é mais seguro que a ilusão

Grito, mas só o eco quer me ouvir
Falo comigo pra não sumir
Me abraço com medo de evaporar
Sou só uma sombra tentando respirar

Será que fui eu quem trancou essa janela?
Ou será que o mundo desistiu da minha vela?
Me afogo em pensamentos que não são meus
Mas sou eu quem chora
Ou alguém por trás dos meus olhos?

A janela que não abre já me conhece
Sabe meu nome, meu medo, me esquece
Diz que lá fora é só ilusão em flor
Que a dor aqui dentro tem mais sabor

Então eu fico, eu não fujo, eu me deito
Com minhas vozes fazendo o meu leito
A janela não abre, mas não faz mal
Aqui sou um prisioneiro
E também o meu final
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