Eles cochicham no escuro, eu escuto, eu sei Chamam de loucura o que eu nunca contei Me olham torto, fingem que não veem Mas eu sinto o veneno nas palavras que não vêm Minhas paredes sussurram verdades demais O espelho me encara, quer saber quem sou mais Mas eu já cansei de lutar contra mim Enquanto o mundo lá fora me chama de fim Eles são covardes, eu sei Se escondem atrás do que não querem ver Me julgam sem nunca saber O peso que é tentar sobreviver Eles riem enquanto eu desabo Jogam pedras quando tudo que eu clamo É um abraço que não venha com nojo Só alguém que me diga: Eu te vejo, e não fujo Tenho gritos presos entre os dentes Caminhos vazios, pensamentos doentes Ninguém segura minha mão no caos Só me apontam os dedos e dizem: Normal Me chamam de estranho, lunático, erro Mas não viram as noites que chorei em segredo Falam de Deus como se Ele me odiasse Mas talvez Ele chore quando me abraça Eles são covardes, eu sei Preferem virar o rosto, fingir que não doeu Me deixam afundar, sorrindo cruel Como se meu inferno fosse um simples papel Eles não ouvem minhas canções Nem os fantasmas que moram nos sons Eles são muitos, eu sou um só Mas ainda estou aqui, mesmo sem voz Tem dias que eu falo com os anjos Outros, com demônios que trago nos cantos Minha mente é um campo de guerra E ninguém quer pisar nessa terra Eles são covardes, eu sei E mesmo assim, sou eu quem sangra por inteiro Sou eu quem carrega o mundo no peito Enquanto eles seguem leves, sem nenhum respeito Eles são sombras atrás da luz Mas eu, mesmo quebrado, ainda busco Jesus Mesmo sem paz, ainda escrevo canção Pois é tudo que tenho pra curar meu coração Eles são covardes, eu sei Mas eu sigo Mesmo sem porquê