Dizem que eu sou vagabundo, mas não sabem quem eu sou Acordo cedo, enfrento o mundo, sob o céu, sob o Sol Na enxada vai meu canto, na colheita vai meu suor Não tenho luxo nem canto alto, mas vivo com muito amor Vagabundo? Não, senhor Sou filho da terra, sou trabalhador Com as mãos marcadas, plantei meu chão Minha honra é simples, meu pão é do coração Não troco a roça por festa, nem a paz pela ilusão Prefiro o cheiro da terra do que fama ou ostentação Não tenho mulher aos montes, tenho a mesma que escolhi E meus filhos são meu norte, minha fé, meu porvir Vagabundo? Não, senhor Sou filho da terra, sou trabalhador Com as mãos marcadas, plantei meu chão Minha honra é simples, meu pão é do coração Não fumo, não bebo, não corro atrás do que é vão O que me embriaga é o riso das crianças no fogão Minha alegria é ver o trigo, o milho, o feijão Crescendo ao som do vento e da oração Vagabundo? Não, senhor Sou filho da terra, sou trabalhador E se a vida é dura, eu vou com fé Porque quem planta amor, colhe em pé