Eu carregava sacolas, consertava o portão Emprestei o pouco que eu tinha com o coração Mas agora ela ri pelas costas, sem compaixão Me chama de louco, me trata como maldição Me olha pela fresta, como quem vê um ladrão Mas fui eu quem cuidou quando ela caiu no chão A vizinha que eu ajudava Vive falando mal de mim Diz que sou estranho, perigoso, sem fim Amigos falsos, sorrisos quebrados Cospem no prato que eu pus com cuidado Minhas paredes ouvem o que ninguém diz Conversas sussurradas, veneno e cicatriz Inventam mentiras, distorcem meu rosto E eu, trancado, converso com meu desgosto Confiei demais, agora pago o preço Da bondade feita no endereço errado A vizinha que eu ajudava Vive tentando me destruir Diz pros outros que eu sou um perigo por vir Amigos falsos, máscaras no café Me usaram, riram, e apagaram minha fé Tem alguém no teto ou só dentro de mim? As risadas ecoam, será o fim? O espelho me acusa, a janela me julga E a rua inteira parece minha tumba A vizinha que eu ajudava Agora lidera o motim Sou o vilão na história que ela inventou de mim Amigos falsos, vozes no corredor E eu morro em silêncio, sem nenhum defensor Ajudei demais, confiei demais E agora sou o louco que ninguém mais vê