Como é bonito Estender-se no verão As cortinas do sertão Na varanda das manhãs Deixa entrar Pedaços de madrugada E sobre a colcha azulada Dorme calma a Lua irmã Cheiro de relva Traz do campo a brisa mansa Que nos faz sentir criança A embalar milhões de ninhos A relva esconde As florezinhas orvalhadas Quase sempre abandonadas Nas encostas dos caminhos A juriti Madrugadeira da floresta Com seu canto abre a festa Revoando toda selva O rio manso Caudaloso se agita Parecendo achar bonita A terra cheia de relva O Sol vermelho Se esquenta e aparece O vergel todo agradece Pelos ninhos que abrigou Botões de ouro Se desprendem dos seus galhos São as gotas de orvalho De uma noite que passou