A bala corre O tempo come A carne morta A foto apaga O timbre some da memória E o estado faz a grande encenação Senão prescreve, ganha absolvição Se eu desafinar, é a bala na garganta E a mãe chora E ninguém Sabe de nada Somem os vizinhos Os amigos Pedem calma E o recado tem odor da flor Então calaram quem tanto falou Se eu desafinar, é a bala na garganta Perna sem pele Cabeça aberta Costela quebrada Porta arrombada Goiabeira baleada E o jornal fala em briga de bar Mas a boca pequena sabe quem mandou matar Mandou matar Mandou Se eu desafinar, é a bala na garganta É a bala na garganta Na garganta