O que prende demais minha atenção É um touro raivoso na arena Uma pulga, do jeito que é pequena Dominar a bravura de um leão Na picada, ele muda a posição Para coçar-se depressa com certeza Não se serve nem da unha, nem da presa Se levanta da cama e fica em pé Provando tudo isso como é poderosa A suprema Natureza A Natureza Admiro demais o beija-flor Que com medo da cobra inimiga Só constroi seu ninho na urtiga Recebendo lição do criador Observo a coragem do condor Que nos montes rochosos come a presa Urubu, empregado da limpeza Quanto é triste a vida do abutre Quando encontra um morto é que se nutre Quanto é grande, suprema a Natureza? A Natureza A abelha, por Deus, foi amestrada Sem haver um processo bioquímico Até hoje não houve nenhum químico Para fazer a Ciência dizer nada O buraco pequeno da morada Facilita a passagem com franqueza Uma é sentinela de defesa E as outras se espalham no vergel Sem turbina, sem tacho Fazem mel e quanto é grande, suprema a Natureza? Não há pedra igualmente ao diamante Nem metal tão querido quanto o ouro Não existe tristeza como choro Nem reflexo igual ao do brilhante Nem comédia maior que a de Dante Nem existe acusado sem defesa Nem pecado maior que a avareza Nem altura igualmente ao firmamento Nem veloz igualmente ao pensamento Nem há grande igualmente à Natureza A Natureza