O relógio está acelerado porque Insistimos em lotar a agenda Nos sufocamos em regras Que cobram de nós a exatidão da balança Logo nós, humanos cheinhos de curvas! Olha bem Nem o dia, nem a noite existem Sem que se viva O amanhecer e o anoitecer Saboreie seu tempo de espera! A alga listrada embala e salga, a luz da água Estrelas entre as esferas a borbulhar Sereno discorre o tempo de espera além dos vitrais Pianos e orquestras, orquídeas azuis Os peixes se entre beijam e trançam ouro e cereja O verde das folhas exala hortelã É doce se divagar nas borbulhas cheias de Sol No instante em que violoncelos modulam tons Belos nanquins e aquarelas Saltam das teclas para os jardins Mas pouco se espera de um dia normal A porta se abre e corta, faz o final