Entre súbitas manobras Sobem patas repentinas Dançam no ar e no solo Quatro leves bailarinas Vai o ginete a seu posto No lugar de transição Onde o lombo é passaporte Para o céu, ou para o chão Galopes lentos e aflitos Somam ágeis movimentos Um voo cego se ensaia A cada novo momento Há tremores caminhantes Na vibração que se escuta São os tambores da terra Dando compasso à luta Entee nuvens de poeira Quem vê o salto pressente Lanceios de homem-pássaro Mas com asas sempre ausentes Todas as dores da queda Num instante vão embora Se as mãos graves da morte O atravessam nessa hora Chegam rosários e lenços E um silêncio se concede Sobre o corpo do ginete Que horizontal se despede