Quem parte reparte a terra Por obra da sua força Um dia acaba sem terra Nem que seja pela força Então porque não trocamos A força bruta da adaga Pela palavra bem dita Que nos iguala e afaga Ninguém forja o alheio destino Nem pode mandar nessa vida Quem pôs as coisas no mundo Falou em paz e justiça Iguais na mesma verdade Parceiros da mesma briga Irmãos de campo e trabalho De teto, afeto e comida Por dentro daquele que ama Há sempre espaço de sobra Há sempre portas abertas Pra quem chega e pede pouso E aquele que é amado Ao ver-se amado mais ama Se faz semente bom fruto É chuva que alegra o pasto