Me afogo no copo, mas o mar nunca seca A lembrança dela queima e nunca me deixa O que era meu mundo virou pó no vento Ela era tudo, agora só tormento Grito em silêncio, ninguém escuta Meus próprios demônios me tratam com ternura Sorrio por fora, mas sangro no fundo Cada gesto é uma faca girando no mundo O espelho me odeia E eu concordo com ele A dor é um vício E eu sou fiel a ela Eu vi meu céu desabar nos olhos dela Agora só vejo cinzas na minha janela Choro sem lágrima, só ruído na alma E o tempo só passa pra roubar minha calma Converso com a garrafa como se ela entendesse Ela me escuta mais que os vivos que esquece Cada passo é um peso, cada dia uma guerra Meus pensamentos gritam: Acaba com essa merda Queria dormir e não mais acordar Mas minha mente me força a lembrar Do riso, do toque, do que se foi E do vazio que, lento, me destrói Caminho sozinho Mas há vozes comigo Elas sussurram Você não é bem-vindo Eu vi meu chão sumir com os pés dela Fiquei suspenso entre o abismo e a espera Choro por dentro, sorriso é máscara E a dor me devora... Com garras rasga Eu não aguento mais fingir Não tem mais cor aqui Meu peito é um buraco E só ecoa o fim Me dá um motivo pra não me soltar Me dá um motivo, antes de eu pular A morte sorri como ela sorria Mas o sorriso dela Doía Eu vi meu céu desabar nos olhos dela Agora só vejo sombras na minha janela Choro em silêncio, esperança é cicatriz E sigo vivo, mas só por um triz Eu vi meu céu desabar nos olhos dela Agora só vejo sombras na minha janela Choro em silêncio, esperança é cicatriz E sigo vivo, mas só por um triz Me dá um motivo pra não me soltar Me dá um motivo entre o abismo e a espera Choro por dentro, sorriso é máscara E a dor me devora com garras rasga Com garras rasga A dor me devora Com garras rasga Com garras rasga A dor me devora