Para o inferno ou pro céu Um anjo me perguntou Para que escolher Ele acrescentou Lá no céu tem beleza Tem paz, tem riqueza Você vai gostar No inferno não tem nada Só tem samba e batucada Para você sambar Depois de tanto meditar Ao anjo bom respondi Quem vai pro inferno vai penar Vai, vai Mas é pra lá que eu quero ir Se é pecado sambar A Deus eu peço perdão Eu não posso evitar a tentação De um samba dolente Que mexe com a gente Fazendo endoidecer É um tal de me pega Me solta Me deixa sambar até morrer A questão social, industrial Não permite e nem quer que eu ande a pé Na vitrine um mustang cor de sangue Tenho um novo ideal, sexual Abandono a mulher, virgem no altar Amo o ferro e sangue Um mustang cor de sangue No farol, vejo o seu olhar Minha mão toca a direção No painel, eu vejo o seu amor E o meu corpo invade o interior A questão social, industrial Não permite e nem quer que eu ande a pé Lata d'água na cabeça Lá vai Maria Lá vai Maria Sobe o morro e não se cansa Pela mão leva a criança Lá vai Maria Numa lata, zé marmita Traz a bóia que ainda sobrou do jantar Meio-dia, zé marmita Faz o fogo pra comida esquentar Tenho o corpo cansado de sambar Noite e dia Tenho o corpo cansado de sambar Noite e dia Perguntei ao coração Se queria descansar Ele disse que não Que não queria Perguntei ao coração Se queria descansar Ele disse que não Não, não A minha voz é pequena Sempre disseram que minha voz é pequena Ouvi isso a vida inteira Eu comecei no rádio há uns 20 anos Brigando com Deus e todo mundo Brigando até comigo mesma Eu misturava prazer e raiva Quando me jogava no auditório pra cantar E foi com esse prazer e com essa raiva Que eu cheguei até aqui Eu começo e recomeço a minha vida toda hora Sem medo nenhum Cantei muito em auditório de rádio Botei muita faixa nesse corpo E hei de continuar cantando Seja na rua ou em qualquer lugar Onde haja alguém que queira me escutar E por que não, hei de cantar em muito auditório ainda Moro num país tropical, abençoado por Deus E bonito por natureza, mas que beleza Em fevereiro, em fevereiro Tem carnaval, tem carnaval Tenho um fusca e um violão Sou flamengo E tenho uma nega chamada tereza Sou flamengo E tenho uma nega chamada tereza Sou flamengo E tenho uma nega chamada Mó num pa tropí Abençoá por dê E boní por naturê, mas que belê Em feverê, em feverê Tem carná, tem carná Eu tenho um fu e um viô Sou flamê Tê uma nê Chamá terê Sou flamengo E tenho uma nega chamada terê Sou flamengo E tenho uma nega chamada tereza Sou flamengo E tenho uma nega chamada Mó num pa tropí Meu pai amarrou meus olhos Deus me queira perdoar Meu pai amarrou meus olhos Deus me queira perdoar Viva a bossa-sa-sa Viva a palhoça-ça-ça-ça-ça Viva a bossa-sa-sa Viva a palhoça-ça-ça-ça-ça Viva a banda-da-da Carmem miranda-da-da-da-da Viva a banda-da-da Carmem miranda-da-da-da-da