Campeio os teus olhos nas águas do mate Juntando lembrança na paz do galpão Desde o mês passado mateio solito E o rancho que habito se fez solidão Nessas horas calmas a gente se prende Os olhos perdidos nas dobras do campo Guardo meu silêncio pra alguma milonga Que afaga minhas penas nas coplas que canto Vai milonga conta pra ela Que a saudade é grande milonga Por causa dela Vai milonga conta pra ela Que a saudade é grande milonga Por causa dela Milonga tristonha tu és companheira Nas noites de lua que passo acordado Secando cambonas num mate lavado Sentindo falta de tê-la ao meu lado Milonga ventena que já foi faceira Quando a morena mateava comigo Cheia de sorrisos se entregava inteira E sentia ciúmes do violão amigo Vai milonga conta pra ela Que a saudade é grande milonga Por causa dela Vai milonga conta pra ela Que a saudade é grande milonga Por causa dela Talvez esses versos chegassem a ti No vôo silente de algum pirilampo Repisasse os passos acenando a volta Pra trazer a vida se novo a este rancho Então a milonga senhora das noites Que já foi matreia e andava tão quieta Se libertaria das cordas do pinho Pra alçar seu voo das mãos do poeta Vai milonga conta pra ela Que a saudade é grande milonga Por causa dela Vai milonga conta pra ela Que a saudade é grande milonga Por causa dela