Sou persistente sim, dentre tantos, tantos milhões Eu sou como você, sobrevivente a margem Das engrenagens, do inferno e do caos Onde a praga se espalhou Num surto sem controle por todo o lamaçal Entre igrejas e subúrbios, ruas praças e quintais De um lado almas se rendendo a luz do dia Dizendo amém às nobres cavalarias No precipício os que acreditam lutam Pra não se jogar, ou se vender Enquanto os ventos sussurram nas ladeiras Velhos abutres festejam nas valetas O que ainda restam das ofertas Para as capas de jornais, ou pra cidade dos mortos Se paga caro, sobreviver, ter que dar bença pra valer o sacrifício Sepulto hoje a esperança de mais um que partiu, com o sonho de um céu Quem fecha os olhos, pra ter convites, já carimbados pras portas do paraíso Mata e sepulta o amanhã de quem nunca desistiu, pra não dizer amém No arpejo das guitarras, na batida dos tambores, eu liberto minha alma Das dores e dissabores, com a decepção que aloja e faz parecer em vão E se parecer em vão, nunca deixe de lutar, porque muitos colherão Os frutos dessa vitória E entre o céu e o inferno, circo pão e carnaval Se paga caro, sobreviver, ter que dar bença pra valer o sacrifício Sepulto hoje a esperança de mais um que partiu, com o sonho de um céu Quem fecha os olhos, pra ter convites, já carimbados pras portas do paraíso Mata e sepulta o amanhã de quem nunca desistiu, pra não dizer amém Pra não dizer amém Pra não dizer amém Pra não dizer amém