Eu tenho medo de sofrer por coisas banais Que daqui a vinte anos não existam mais E que eu não tenha quem importa por perto Eu tenho medo que a sorte não me procure mais Que meus velhos companheiros me deixem pra trás E que eu não realize nenhum dos meus projetos Tive que me propor metas arriscadíssimas Procurei meu valor em manias doentias Pois quem eu amei nem sequer me olhou Agora temo tanto abrir a porta E não encontrar quem meu coração adora E descobrir que sou ninguém sem amor Sem amor Eu tenho medo de perder todos os meus méritos E, mesmo te querendo, dizer que não te quero A fim de cuidar sozinha do meu mal Eu tenho medo que chegue o tenebroso inverno E que eu não tenha abraços pra tirar o meu tédio No fundo, sei que sou sentimental Tive que me propor saídas alternativas Em livros e ideias procurei companhia Pois quem eu amei nem sequer me olhou Agora temo tanto olhar à minha volta E me ver à mercê do que me devora E descobrir que sou ninguém sem amor Sem amor