Me deixa pra pensar depois se pense Me deixa que hoje eu quero zoar O negro crioulo criou o samba do topo do morro Sua bocada forte Descendo da ladeira ribanceira bamba, Movido pela fé sua única sorte Quem sabe bate na palma da mão Quem samba desce o coro na pontinha do seu pé Depois que o batuque veio, descendo pelo morro De sandália desgastando o pé e arrastando pelo chão De cantar na madrugada ao som do violão Melodia com cerveja e riso com lamentação Depois que o batuque veio, levantou toda poeira Misturou a brasileiro com a batida do tambor E quem viu o samba novo descendo esqueceu sua zoeira Balançou suas cadeiras no liquidificador Só tem malandro onde o som é brasileiro, um verdadeiro carnaval Se faz na mão, no pé, na batida do pandeiro Samba de fundo de quintal É negra toda tristeza que dança sem esperança É negra toda a beleza é minha paz Que passa na voz do morro pro povo pedir socorro Lamento o meu sofrimento e nunca mais...