Ainda que eu seja o ritmo apoteótico do samba enredo Que corta com muito esmero faces do esquecimento E mesmo que eu seja o transe cadenciado desse batuque de maracatu Eu digo, desse batuque de maracatu Ainda que eu não saia na domingos E que eu seja o silêncio desse mic aberto Eu quero ser o verso poderoso de quem poderia segurar a bandeira Mas tá sem forças Aquele que caiu, mas vai se levantar Aquela que falhou, mas vai tentar de novo Aquele que caiu, mas vai se levantar Aquela que falhou, mas vai tentar de novo A arte mata A vida imita a arte, mas a arte mata Ela era um pixo na paisagem bonita, selvagem, sempre em transmutação Até deixou alguém emocionado Já marcou o coração de um mano que morreu de tanto levar flechada Eles vão recuar De tanto levar flechada, eles vão recuar Vai ter que valer a pena ser combativo E essa melancolia não tá me fazendo bem Mas aprendi da pior maneira que a arte mata Artista nato, eu trago o ritmo como artefato E das palavras faço artesanato apenas por comida no prato Fazendo aquilo que foi destinado: Mudar o mundo bem lentamente Fazendo a arte que morreu, a arte morta Brasil mata Ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro D'ouro d'ouro d'ouro d'ouro