Aos olhos claros da manhãnita de agosto Adiante ao cinza da tapera da Flotilha Senti tua brisa me tocar a tez do rosto Quando o destino te botou na minha trilha Rio Uruguai, te conhecia pelos livros De geografia e os de poesia em flor Se demorei, entenderás os meus motivos Pois, feito tu, eu também sou caminhador! Rio Uruguai, minha vidraça se quebrou Abriu cacimbas e até me fez chorar Deixei em ti uma lágrima que escapou Rio de poesia que nasceu do meu olhar! E pela mágica incerteza da hora certa Nas pedras d'água pelas margens de Itaqui Te conheceu este aprendiz do ser poeta Que traz no olhar as águas turvas do Jacuí Eu, por costeiro, escutei no teu remanso Velhas cantigas de antigas lavadeiras Canções de remo e lamentos pescadores E nas espumas vi a memória Que guarda a história desta fronteira!